2003-11-28

Filosofia e pedantismo

A pergunta é honesta. Mas será que eu percebo o JPC (ou assim como assim, o Mexia ou o Lomba, ou ... seguir os links à direita e os links desses links ad nauseum)? E por uma questão de coerência outra pergunta se levanta... Será que eles me percebem a mim?
Ora o que é perceber? Existem vários níveis de percepção? Para perceber basta apanhar um desses níveis ou é preciso ir até ao fim? Existe isso de ir até ao fim? O emissor pensa A, consegue dizer A, o receptor ouve A, percebe A, retém A, reconstitui A e utiliza A? Claro que não! O processo quebra-se em cada um daqueles passos ("Formar é Fácil", Luis Filipe Cardim). No entanto... Há uma essência inequívoca! Percebe-se a essência se for possível uma conversa sobre o assunto. Algo que não obrigue o emissor a dizer "Hã?!!!" (se calhar a culpa também foi sua).
Não tenho por hábito deixar passar as coisas sem as perceber... mas nada me garante que as estou realmente a perceber. O meu último post fala das coisas um bocadinho pela rama... não quis parecer um vaidoso e daí esta recensão. Falava do desinteresse pelo saber, pela crítica, pela opinião fundamentada. Era aí que eu via a falha do bebé cheio de potencial.
A bem da coerência... não me posso sentir incomodado com isso. Não estaria a respeitar a liberdade de cada um. Não é bonito impor morais ou condutas. Vou refrescar as minhas lições de Ciência Política. Ler com um pouco mais de atenção Berlin e Oakeshott. Talvez volte ao assunto.