2003-12-23

Salário Mínimo

Acabei de escutar a crítica de Miguel Sousa Tavares na TVI. Foi um acaso. O MST não é o Marcelo. O Marcelo quando fala usa um truque que se chama inteligência, e o MST ainda não domina essa habilidade. Pelo menos em frente às camaras. Enquanto comentava a "miséria" de aumento que o governo estipulou para o salário mínimo perguntei-me diversas vezes se não faria sentido trocar todos os meus Professores de Economia pelo MST. E antes que isso acontecesse, ir apontando com muito jeitinho estes momentos de pura confeitaria verbal. Entretanto travei-me. Naaa... isto são mesmo disparates. O ideal seria alguém explicar a MST o efeito de um aumento do salário mínimo no mercado. Salário mínimo esse que já é uma violência num mercado livre, but i digress...
Num país (acrescentar adjectivos a gosto) como Portugal, onde o proteccionismo ofende, e onde já de si se torna perigoso contratar um colaborador, a imposição de um salário mínimo maior, força a oferta de emprego a retrair-se. O mercado de trabalho não se pode adaptar porque a lei assim não o permite. O Estado em si, mais valia estar quieto uma vez que não paga salários mínimos. O interesse dos sindicatos na subida do salário mínimo explica-se pela microeconomia no interesse de proteger os seus associados (a maioria dos quais não ganha o salário mínimo e são mão de obra mais qualificada e diferenciada). Portanto... os prejudicados são precisamente os candidatos a receber o salário mínimo, cujo emprego se torna mais raro, e sobre o qual não podem negociar uma parte fundamental que é o vencimento. Isso é que é escandaloso. Não o aumento de 9 euros.
Felizmente o alinhamento rapidamente nos trouxe outra reportagem e MST mudou a crítica para o bacalhau de Natal. Esse sim, um assunto que me pareceu dominar.