2004-06-25

Update

E Portugal voltou a ganhar. Voltei a ir festejar para não agoirar. Foi bonito... até Professores da faculdade encontrei nas ruas de Lisboa. O futebol é realmente um fenomeno social... qualquer dia tenho de reflectir o assunto em profundidade.

Mais importante que o jogo, ontem foia consulta das quase-trinta-e-nove-semanas. Bebé a crescer, barriga a descer, colo a amolecer. Não está para já-já, mas lá para o fim da próxima semana devem haver novidades.
O pai e a mãe estão a acabar uns trabalhos de ultima hora e a preparar a festa de boas vindas de tal forma que não tem dado tempo para filosofar muito quanto ao nascimento do bebé. Não era bem isto que eu estava a espera... imaginei que não fosse conseguir fazer mais nada que não esperar - mas isso já aconteceu quando chegaram as 37 e de novo nas 38 semanas... nas 39 já ~se percebe que não vem quando queremos ou estamos à espera... tudo tem o seu tempo e há que saber esperá-lo.
Seja como for, tudo o que imaginei ser o parto e a primeira relação ficou entretanto fora de prazo. O que por um lado acaba por ser bom porque as coisas não devem ser demasiado pensadas. Existe ansiedade. Existe stress. Mas tambem já existe carrinho, fraldas, roupinhas, interfone e brinquedos - e tambem existem livros que parecendo que não... são o que me descansa mais.

A propósito... Fátima... Obrigado pela T-shirt! Bem gira! A minha mulher sabe destas coisas da estética e confirmou. Ficou a roupa de sair à noite, quando ele quizer ir conhecer umas miudas (tenho um feeling que é um rapaz...).

Os posts vão passar a ser mais frequentes assim que o clix me disponibilizar o serviço de UMTS nas Laranjeiras. Até lá vai ser mais difícil.

2004-06-21

Somos Enormes!

Somos Gigantes... As expressões não são minhas. São de um puto mais à frente. Aconselho uma visita no blog. Tem uma conversa um bocado javarda mas anda ali inteligência.
Mas divirjo... O importante agora é comentar os festejos de ontem à noite.
Mal me conheci quando dei por mim no Marquês berrando com o povo. Tocou-me esta vitória... Vi ganas na nossa selecção. As ganas inspiram-me. Mereceram a glória.
Agora a vida continua. Pouco mudou. O que mudou não foi sério, nem vai encher a barriga a ninguem. Mas é importante acreditar que se consegue ganhar se houver vontade.
O desporto oferece uma lição muito importante - os atletas defrontam-se em igualdade de circunstâncias, preparam-se dentro de certas regras, no fim vence o melhor ou a sorte - normalmente o melhor. Existe um derrotado (vou desprezar os empates para facilitar) que curiosamente... não desiste e volta normalmente a jogar, a tentar vencer.
Para sermos enormes há que tentar sempre vencer. Não nos vai cair ao colo, nem virá como prémio por invejar os sucessos.

O bebé está a duas semanas de nascer. Pesa aproximadamente 3,500 kg neste momento e promete nascer grande. Actualização brevemente.

2004-06-12

Grécia-Portugal

Não sou grande apreciador de futebol mas não tolero a derrota. Acabo sempre um bocado afectado depois de um jogo do Benfica ou da selecção. A ver se o Simão e o Nuno Gomes marcam um golito cada e se o Moreira defende meia dúzia de penalties...

Preparação para o parto

O tempo começa a apertar e havia tanto para dizer...
Hoje vou falar um bocadinho na preparação para o parto. É um conjunto de aulas onde as grávidas praticam alguns exercícios de relaxamento e respiração e onde o casal tem oportunidade de conhecer um pouco melhor o mecanismo do trabalho de parto e do periodo expulsivo.
Em teoria devia ser uma coisa banal para todas as grávidas... Pelo menos as grávidas pela primeira vez. As técnicas são um contributo positivo. Eu tive oportunidade de acompanhar alguns exercicios que a minha grávida fazia em casa, li uns rabiscos que lhe deram para ler e assisti às aulas dedicadas ao casal em conjunto.
Quem tenha lido livros sobre a gravidez saberá a maior parte do que lá é ensinado. Quem tenha feito desporto de forma semi-séria saberá um pouco mais. Sobra pouco. Mas pelo que reparei ninguem tinha lido nada sobre a gravidez (e estavam lá 10 casais) e ninguem sabia nada sobre o corpo em esforço... portanto as aulas são importantes. No fundo aqueles casais, ainda que tarde, sentiram necessidade de se preparar com profissionais para poderem ajudar o bebé a nascer com o mínimo de ajuda médica se possível.
A questão cesariana/epidural é muitas vezes falada. Estamos a começar a adoptar a moda de puxar pelo seguro para fugir à dor. Os argumentos pro e contra são diversos e eu não queria entrar nessa discussão. A minha opinião é que a cesariana é um acto médico que deve ser usado quando é necessário, e a epidural é uma muleta para mães pouco preparadas. Pareceu-me consensual em todo o meu estudo que se pode ter um parto sem dor, sem ajuda química. Sou da opinião que a natureza é uma coisa muito linda que raramente precisa de ajuda. Mas isto sou eu!

A preparação para o parto a que eu assisti (e que me parece comum às outras) tem um problema. A mulher não é treinada ao mais alto nível. Moral e anímicamente passa-se tudo para o pai ou acompanhante que deverá estar constantemente à procura de vícios nos movimentos da grávida, tão bem como a incentivar a respiração e a segurar aqui ou ali.
É obvio que eu quero ajudar e quanto mais pudesse fazer, melhor... infelizmente não posso fazer muito mais que estar presente. Um treino físico baseado num estímulo externo não funciona. Acaba por precisar de uma muleta para funcionar. É um erro. Qualquer atleta saberá que no meio da prova os dados estão lançados - não podemos estar à espera de reforço - ou estamos preparados, ou não estamos. Isto na perspectiva de quem quer vencer. Sobre os outros não sei nada... não falava com eles, mas imagino que fossem muito simpaticos.

Se alguma grávida me estiver a ouvir... toca a treinar o relaxamento dos musculos e as respirações de I a IV, e toca a mentalizar o porquê de as fazer e quando. O trabalho de parto é uma uma prova de resistência e existe uma forma racional de o fazer. O relaxe serve para manter o controlo e perder os vícios de reacção à dor (ou da vizinhança da dor). A respiração serve para alimentar o utero (que é realmente o herói da estória) e para impedir que o diafragma comprima o bebé, e que prejudique a mecanica do apagamento do colo e dilatação controlada.
Sim... deve ser um stress querer fazer força e não poder. Deve ser um medo lixado que realmente doa muito. Mas o corpo tem mecanismos de compensação. Há descargas de adrenalina... No fim, há um bebé ao vosso colo que vos vai preferir a qualquer outro ser. Homem nenhum saberá o que isso é.